Mário Coelho Pinto de Andrade nasceu em Angola, no Golungo Alto, a 21 de Agosto de 1928. Muito cedo, começa a interessar-se por todas as questões ligadas à cultura do continente que viu nascer e à dignificação do homem africano.
Em 1948, depois de frequentar durante cinco anos o Seminário de Luanda, matricula-se na Faculdade de Letras de Lisboa, no curso de Filologia Clássica. Na capital portuguesa, Mário de Andrade e outros estudantes e intelectuais das colónias, entre os quais Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Marcelino dos Santos, Lúcio Lara, Alda Espírito Santo e Noémia de Sousa, desenvolvem uma série de actividades culturais voltadas para a redescoberta da África e reafirmação da sua identidade africana, tendo fundado, em 1951, o Centro de Estudos Africanos.
Em 1953, com Francisco José Tenreiro, organiza o Caderno de Poesia Negra de Expressão Portuguesa, editado em Lisboa.
Em 1954, sentindo-se ameaçado pela PIDE, exila-se em Paris, onde alarga o seu conhecimento de outros círculos africanos e relaciona-se com grandes figuras como Senghor, Mandela e Césaire. Trabalha como secretário de redacção de conceituada revista Présence Africaine de 1955 a 1958 e participa na organização do I Congresso de Escritores e Artistas Negros. Forma-se em Sociologia na Universidade de Sorbonne.
É um dos fundadores do MPLA, do qual assume a presidência de 1960 a 1962. Entre 1965 e 1969, coordena a Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas, CONCP; de 1971 a 1972, integra o Comité de Coordenação Político-Militar do MPLA na Frente Leste.
Em 1973, após o assassinato de Amílcar Cabral, é mandatado pelo Comité Executivo de Luta do PAIGC para organizar e exibir as Obras escolhidas de Amílcar Cabral.
Na Guiné Bissau, onde passa a residir na sequência de desavenças internas no MPLA, exerce as funções de coordenador-geral do Conselho Nacional de Cultura, entre 1976 e 1978, e de comissário de estado da Informação e Cultura, de Outubro de 1978 a Novembro de 1980.~
Nos anos 80 prossegue a sua produção intelectual colaborando designadamente na “História Geral de África” (ed. UNESCO) organizando diversos textos de índole sociocultural. Falece em Londres em 26 de Agosto de 1990.
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